Silmara dos Santos Ferreira Intropedi
A Silmara é uma grande amiga, por quem tenho muito carinho. Ela estudou no CEDOM no ginásio, época em que tivemos bons anos de convivência, muita brincadeira, e ainda não tínhamos preocupações com carreiras, vestibular, etc.
Não sei se vocês se lembram, mas quando fizemos a prova de ingresso ao colegial houve mudanças no critério de seleção, e além das provas normais houve um novo item a ser considerado: o imposto de renda dos pais. Se não estou enganada, ele chegava a pesar um terço da nota, e com isso muita gente foi prejudicada, outros beneficiados, mas de qualquer forma algo para nós inesperado. Com isso, muitos alunos deixaram o colégio, entre os quais, a Silmara.
Isto não afetou nossa amizade, pois ela nos visitava frequentemente e nos falávamos muito; era como se ela estivesse no CEDOM ainda! Com o tempo, porém, nos vimos menos, eu passei o 3º colegial para o noturno, e cada uma tomou seu rumo.
Eu a vi, com muita alegria, no meu casamento, e me lembro também de ter me emocionado muito em seu casamento, pouco tempo depois. A partir daí, praticamente não nos vimos muito e nosso contacto ficou apenas por cartas trocadas em épocas especiais, Natal.
Incrível é termos nos reencontrado como se o tempo não tivesse passado, como se não tivéssemos mudado e ainda fôssemos as mesmas de sempre, de antigamente!
Eu associo à Silmara certo pioneirismo em termos de carreira acadêmica e de viagens pelo mundo.
A Silmara é sinônimo de alegria, bom humor, alto astral, muito dinamismo e dona de uma cabeça incrível.
Frequentei muito sua casa (a casa de seus pais), e me lembro de suas irmãs ainda pequenas. Sua mãe, que tive o prazer de ver recentemente, não mudou nada, continua bonita e muito simpática como sempre.
Visita às origens
Quando ainda cursávamos o ginásio, ela viajou para Portugal. Suas histórias foram marcantes para mim também. Naquela época não se viajava como hoje em dia, era bem mais raro ouvirmos falar de alguém de nossa idade fazendo essas viagens.
A Silmara nos conta um pouco sobre suas origens:
“Toda a minha familia é portuguesa, do lado materno meus avós e do lado paterno inclusive meu pai.
Eu não me sinto constrangida em dizer que tenho uma ligação muito forte com aquela gente e sinto-me muito bem quando estou por lá.
Meu pai sempre fez questão de que conhecêssemos e desde os 14 anos passávamos férias por lá, na aldeia, buscando água na fonte, sem banheiro ou tv ou geladeira… Fantástico…
Nossas filhas também já possuem vínculos muito fortes com Portugal, o que nos deixa com a impressão de dever cumprido.”
Formação acadêmica
Eu me surpreendi quando a Silmara falou em curso de Turismo ao sair do CEDOM. Naquela época essa área era muito nova e eu pouco conhecia do assunto. Ela desde cedo sabia o que queria:
“Saindo do Cedom fui para o Marillac fazer o colegial técnico em Turismo, minha área de paixão. Optei por continuar na área quando fui para a Faculdade, o que, a meu ver, foi um equívoco, uma vez que entrei também na FEA deveria ter cursado as duas ao mesmo tempo… Mas, se foi assim, algum motivo deveria existir.
Durante a faculdade ainda fiz o primeiro curso em São Paulo de Hotelaria e Turismo promovido pela Universidade de Cornell EUA/Senac. Esse, sim, valeu – um ano que acabou sendo mais valioso que os três de faculdade.
Posteriormente, fiz especialização em Planejamento Turístico em Málaga, na Espanha. Foi maravilhoso!
Toda esta trajetória me enche de orgulho, embora fosse muito nova e não tivesse a maturidade para entender o que eu tinha nas mãos. Tanto que, ao voltar, trabalhei um tempo em agência de turismo, mas como preferia hotelaria e naquela época era muito difícil para uma mulher ter um cargo gerencial na área, optei por permanecer na Disnorte, loja da família, na Voluntários da Pátria, que lá continua até hoje, há mais de 40 anos….
Adorava fazer concursos e ia bem em todos: Judiciário, Prefeitura e, quando fiz o do Banco do Brasil, resolvi encarar pelo simples motivo de trabalhar 6 horas, ter a previdência privada, o plano de saúde … (ledo engano).”
Família e carreira
Quase sempre nós falamos muito sobre CEDOM e sobre hoje, e fica um intervalo de uns 30 anos em que não sabemos muito sobre a vida de cada um. A Silmara fez um retrato bem legal de sua história.
“Também nessa época [quando entrou no Banco do Brasil] já namorava o Miltinho há quase 4 anos e tínhamos a intenção de nos casar.
O Miltinho me enganou! Falava que ia ser médico, voluntário na Amazônia (eu achava o máximo). Ainda bem que ele não fez nada disso.”
Não sei se foi o caso do Miltinho, mas aqui gostaria de colocar uns parênteses meus: hoje em dia todo mundo pensa em fazer intercâmbio, estudar no exterior. Na nossa época, quem não se encantava com as histórias dos que participaram do Projeto Rondon? Não quero dizer que todos queriam fazer isto, mas, sim, que era uma iniciativa de trabalho voluntário, um exemplo de cidadania que nos animava muito!
“O Miltinho formou-se em Administração de empresas e trabalhava nos postos de gasolina da família, quando foi convidado a ser gerente do Unibanco localizado ao lado de um dos postos… e, foi!
Nos casamos, e depois de um ano ele foi convidado para assumir a agência de Amparo (SP) e aceitou, pois tínhamos como projeto de vida trabalhar fora de São Paulo, criar as crianças com um pouco mais de liberdade e simplicidade.
A Renata nasceu em 1982 e posteriormente nos mudamos para Poços de Caldas onde, em 1986, nasceu a Fernanda.
Poços de Caldas é uma cidade turística e lá mesmo no Banco (do Brasil) desenvolvemos vários projetos do tipo Sala Verão Ouro, Quiosques de atendimento a turistas em “traillers”, iniciava-se no Banco o Cartão de Crédito, a BBTUR – agência de turismo do Banco- e eu sempre pelas rabeiras fazendo o que queria…. Fui instrutora do SENAC para pequenos guias de turismo da cidade, bombeiros, charreteiros – tudo com muito orgulho!!
Então, em 1995, resolvemos que já precisávamos voltar para as proximidades de São Paulo, porque lá as crianças normalmente tinham que se deslocar para Campinas/Ribeirão Preto ou São Paulo para estudar buscando as melhores faculdades.
Não tínhamos interesse em retornar para São Paulo, mas próximo à grande metrópole. Foi então que viemos para Vinhedo, onde construímos nossa casa e onde ainda estamos hoje. Vinhedo foi nossa opção de uma vida melhor, menos estressante, cidade pequena, mas próxima a grandes centros como São Paulo e Campinas. Estamos também a 17km do aeroporto de Viracopos.
Continuei minha carreira pelo Banco, pois não tinha mais condições de renunciar a tantos anos de trabalho…
Consegui uma licença interesse por dois anos, quando administrei o Condomínio Estância Marambaia, onde moro. E aí sim pude realizar-me profissionalmente, colocando em prática o que tinha aprendido na escola, pois trata-se de um grande hotel-fazenda/resort, na minha opinião. Tínhamos 125 funcionários, 1817 lotes e seus mais de 5.000 moradores para administrar (a cidade de Vinhedo não tinha 40 mil habitantes há 10 anos atrás…).
Foi muito legal e acho que foi o Banco do Brasil que também me proporcionou esta chance, por isso considero-me realizada profissionalmente.
Em 2006, encerrei minha carreira bancária como Gerente Negocial de Pessoa Jurídica do Banco do Brasil, com uma carteira de 720 gerentes de contas em 36 agências.”
Miltinho: cedoniano honorário e maratonista
Muito justo é dedicar este trecho ao Miltinho. Eu concordo plenamente com a Regina em conferir-lhe o título de cedoniano honorário; afinal, desde cedo ele acompanhou nossos encontros. A Silmara nos conta:
“Hoje o Miltinho continua em Banco – tem uma carteira de clientes no interior de São Paulo e Sul de Minas e ainda se diverte com isso.
E, corre!!!!! Começou de brincadeira, 1 km, dois, cinco, dez, quinze, vinte e um e culminou correndo três maratonas! Hoje, prefere as meia-maratonas e aí entro eu, como assessora de imprensa e fotógrafa.
O Miltinho sempre procura fazer provas em cidades que não conhecemos e aí… é sopa no mel pra mim….. vamos lá! Já fez a Meia Maratona de Lisboa, de Bruxelas, de Budapeste, de Buenos Aires e recentemente a de Santiago no Chile (nada bobo…). Fazemos isso com amor e simplicidade no coracão. Ele se diverte correndo e eu, conhecendo lugares, minha paixão!!! O ceu é o limite, não é mesmo?”
Preferências da Silmara
Cor favorita – Verde
Cidades Preferidas – Vinhedo e Lisboa
Prato Preferido – Paella
Doce Preferido – Tocha (fios de ovos)
Livro Preferido – sempre o último – 1000 lugares que você precisa conhecer antes de morrer
Bicho preferido – cachorro
O que gosta de fazer – viajar
Eu admiro um relacionamento sincero
Eu não gosto de apego a bens ou coisas materiais – gente grudenta
Se eu pudesse… – …faria mais cursos no exterior
Aos 95 anos estarei… – …com saúde e feliz
Eu ainda vou ver… – …um pôr-do-sol em Santorini
Gosto de ganhar – panelas especiais, toalhas, pratos.
Lembranças do Cedom
Melhor imagem: Cedom – 3a. e 4as séries do ginásio, ao lado de toda a turma, muita diversão e algum estudo (de minha parte).
Pior imagem: o dia em que soube que não poderia continuar no Cedom no colegial.
Professores? Nilze, Caleffi, Mistretta, Ursula, Jane (francês) e Botelho (nossa!!!!!!!!)
Não que fosse chato, mas meu santo não batia bem com o Tio Wilson de português.
Silmara hoje
“A Renata, hoje com 26 anos, está formada em Relações Internacionais. Fez intercâmbio nos Estados Unidos, estágio na Bélgica e hoje mora em Vancouver, no Canadá. Dia 02 de junho estará comemorando um ano de casamento com James, um canadense que adora o Brasil.
A Fernandinha estará completando 22 anos no próximo dia 31 de maio. Já está formada em Publicidade e Propaganda, é uma pessoinha muito especial, muito alegre e extrovertida, que hoje trabalha numa agência de publicidade e eventos e mora em São Paulo. Já namora firme o Thiago, formado em jornalismo e que trabalha no Terra.
Hoje, curto a minha casa, ainda não me cansei de ver a grama e os pássaros…
Vou regularmente a São Paulo dar uma ajuda na loja em Santana, onde permanecem minha mãe e minha irmã Fátima. Miinha irmã Lucimar é arquiteta em São Paulo na CDHU.
Estou no aguardo de novas oportunidades, tanto na área financeira/negocial quanto em turismo. Sei que ainda posso contribuir com o meu trabalho, mas… sem pressa, sem medo de ser feliz…”
Endosso da Suzetty
Incluo, aqui, palavras da nossa amiga Suzetty:
“A Silmara é uma pessoa incrivelmente alegre, de bem com a vida e adora viajar (acho que tem a ver com a faculdade também). Quando me lembro dela vem à mente aqueles olhinhos brilhantes… Tem duas filhas lindas, um marido presente e uma mãe muito simpática.”
Escrito por quem ?
Como vocês podem ver, não tive trabalho algum para preparar este perfil! A Silmara continua a mesma pessoa de sempre, de prosa fácil e foi ótimo colocar os assuntos em dia!
Terezinha Yuriko Wakavaiachi Kaneko